Maior reservatório do Rio São Francisco está com menos de


18% da capacidade. Fruticultura teme colapso hídrico


Considerado o maior reservatório do Rio São Francisco, o lago de Sobradinho, na Usina Hidrelétrica de mesmo nome, está com apenas 17,7% da capacidade de água acumulada em função da falta de chuvas nos afluentes do rio em Minas Gerais e Bahia, resultantes da crise hídrica no País. A situação tem preocupado agricultores da região irrigada do Vale do São Francisco, tanto em Pernambuco, quanto na Bahia. O período úmido do Rio São Francisco, época do ano em que a bacia recebe água das chuvas, se encerra em abril.

O volume se mantém baixo mesmo com uma decisão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que desde o ano passado determinou a diminuição na vazão do rio para poupar água para produção de energia elétrica. Dados do ONS mostram que Sobradinho fechou janeiro de 2015 com 18,88% da capacidade. Da série histórica, que começa em 2000, este é o menor volume para o mês de janeiro.

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que é responsável pela irrigação na região, comparou o volume do lago para o dia 5 de fevereiro desde 2010 até agora. O único ano em que a capacidade esteve abaixo da metade foi em 2013, quando atingiu 28,5%. Naquele ano, o Nordeste enfrentou uma seca que foi considerada pela Organização Meteorológica Mundial (WMO) como a pior dos últimos cinco anos.

Em 21 de maio de 2014, a Codevasf criou um grupo de trabalho com uma equipe de Brasília e da Superintendência Regional sediada em Petrolina, no Sertão pernambucano, para planejar ações que buscassem minimizar os efeitos da diminuição na vazão dos reservatórios realizada pelo ONS com autorização da Agência Nacional de Águas (ANA) nos sistemas de irrigação.

Para tentar minimizar o impacto da crise hídrica nos projetos de irrigação, a Codevasf investiu quase meio milhão de reais em obras emergenciais para desassoreamento dos canais de aproximação nos perímetros situados na borda do Lago de Itaparica.

Também foram lançados projetos e editais para contratação de obras de infraestrutura em perímetros considerados especiais: Projetos Fulgêncio, Brígida e Manga de Baixo. Seriam quase R$ 4 milhões na instalação de flutuantes e ensacadeiras, que devem ser contratados em curto prazo.

Em nota divulgada na manhã desta quinta-feira (5), a Codevasf pediu a toda a sociedade da região que adote medidas para assegurar maior eficiência no uso da água e evitar desperdícios. “Sabe-se que esta situação de crise hidrológica não é local, atingindo outras regiões e até mesmo outros países, tendendo a agravar-se ainda mais”, alerta o texto.

“Temos a consciência que estamos desprendendo todos os esforços possíveis, de forma antecipada, para evitar a interrupção do fornecimento de água para os agricultores dos perímetros de irrigação, por entender a importância desta atividade para a economia regional”, garante a Companhia.

Paralelamente, o prefeito de Petrolina, Julio Lóssio (PMDB), tem trabalhado para criar uma comissão que desenvolva medidas emergenciais para normalizar a captação de água no Lago de Sobradinho.

“A crise hídrica está afetando várias regiões do país, é preciso adotar ações urgentes para diminuir os impactos que a escassez de água pode trazer. A crise hídrica está afetando várias regiões do país, é preciso adotar ações urgentes para diminuir os impactos que a escassez de água pode trazer”, diz Lóssio.

FONTE: Paulo Veras, repórter do Blog de Jamildo
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